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O que está por trás de ataques racistas contra o jogador Vini Jr.?

O que está por trás de ataques racistas? O que motiva uma pessoa a se posicionar de forma agressiva, com xingamentos que visam ofender um outro indivíduo pela sua cor de pele? 

Existem aspectos culturais e históricos, especialmente em países colonizadores,  que perpetuam a ideia de que pessoas negras são “inferiores” e  devem ser oprimidas e humilhadas. Foi com esse tipo de argumento absurdo, que milhões de pessoas foram escravizadas por centenas de anos e contribuíram para que tantos milhões enriquecessem às custas de mão de obra negra. Infelizmente, essa cultura de submissão perpassa por gerações e, por vezes, é fomentada pelo desejo de alguns pela volta da escravidão, como forma de controle e trabalho. Aqui no Brasil, onde mantivemos a escravidão por quase 400 anos, o racismo é estrutural, como caracterizam especialistas na área, e é revelado no número de assassinatos contra negros, no bloqueio velado a oportunidades de boa formação acadêmica e melhores oportunidades de emprego. Segundo dados recentes do IBGE, somos 55,8% de negros no Brasil, contudo, ainda não os encontramos nessa proporção nos melhores colégios ou restaurantes, por exemplo, e infelizmente,  eles estão em maioria nas comunidades ou nas penitenciárias, como reflexo desse bloqueio  de políticas públicas de inclusão, que os mantém à margem das possibilidades reais de desenvolvimento pessoal e profissional. 

Em outra ponta, existem campanhas deliberadas de desqualificação, desvalorização e criminalização dessa parcela da população, para respaldar essa exclusão e sustentar uma economia baseada em desigualdade social e mão de obra farta e barata, sujeita a qualquer tipo de oferta para sobreviver. 

A propaganda criminalizadora do negro nas mídias reforça sentimentos de inferioridade nos negros e de superioridade nos brancos, e vai ao encontro da necessidade nefasta de alguns de,  ao impor inferioridade ao outro, lhe atribuir uma superioriodade e uma  importância, que intimamente, eles sentem que não têm.

O episódio de racismo envolvendo o jogador Vini Jr e alguns torcedores na Espanha não é um fato isolado, claro que deve ser combatido com os rigores da lei, mas precisa ser visto como uma doença social. A necessidade de subjugar e oprimir não é contemporânea, mas vem sendo fomentada pelo fenômeno atual das mídias sociais, e inclui outros movimentos semelhantes que denotam ódio, preconceito e  discriminação contra segmentos sociais mais vulneráveis, provenientes de perigosos líderes políticos, religiosos e formadores de opinião.

Do ponto de vista espiritual, estamos diante de um grande desafio, precisamos ultrapassar as armadilhas do ego e seguirmos na direção de mais inclusão social, amorosa e empática, na certeza de que não somos somente carne e osso, somos alma e energia reencarnando em corpos de cores, gêneros e formas distintas, sob circunstâncias múltiplas, com o simples propósito de evoluirmos através das experiências e relações interpessoais. 

Vini Jr estou com você, assim como estou todos os dias com pessoas que sofrem por serem quem são. 

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