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Dependência a Jogos Eletrônicos por crianças e adolescentes. Como lidar?

Cerca de 89% das crianças e adolescentes entre 9-17 anos estão conectados à internet com regularidade, sendo que 95% do acesso é pelo celular. A grande preocupação quanto ao uso abusivo da internet e jogos eletrônicos se dá porque a fase mais importante de maturação do córtex cerebral está acontecendo nessa fase, e vai até o período entre 20-22 anos. Essa área do cérebro é associada a funções executivas, mensuração de riscos e tomadas de decisões, o que justifica a tendência a impulsividade e comportamentos movidos à gratificação nos adolescentes com o cérebro ainda em formação.

Os jogos eletrônicos apresentam sistemas cada vez mais sofisticados de entretenimento, estimulando a imersão do usuário especialmente crianças e adolescentes, através da ativação do sistema cerebral de recompensa, já demonstrado em estudos de neuroimagem.

Os sintomas que caracterizam a dependência a jogos são:

  1.  controle prejudicado sobre o jogo no início, frequência, intensidade, duração, término e contexto)
  2. Prioridade crescente dada ao jogo, em detrimento de outras atividades diárias e outros interesses
  3. Continuação ou escalada da prática de jogar, apesar da ocorrência de consequências negativas

E o padrão de comportamento do jogo pode ser contínuo ou episódico e recorrente e deve ser grave o suficiente para resultar em prejuízos significativos nas áreas pessoal, familiar, social, educacional ou outras áreas importantes do funcionamento

As consequências da dependência aos jogos eletrônicos nas crianças são perda de controle, irritabilidade, ruminações e preocupações associadas ao jogo, ansiedade e depressão, insônia, alterações no padrão alimentar, ganho de peso e baixa autoestima. 

O tratamento deve contemplar o usuário e sua família, visando trabalhar 5 aspectos importantes: 

       1) pensamentos negativos, como por exemplo: “na vida real não sou tão bom quanto na internet”, “ninguém gosta de mim”,

      2)  melhor gerenciamento do tempo,

      3) busca de fontes de gratificação fora da internet,

     4) recuperação de autocontrole e autoestima,

     5) compreensão das carências emocionais que tornam os jogos uma compensação psicológica.

Essa abordagem é feita através de terapia cognitivo comportamental associado ao medicamento, portanto deve ser feito pelo psicólogo juntamente com o psiquiatra infantil e é baseado no  tratamento de outras dependências

Esse e outros temas você pode acessar no meu canal Gestão do Estresse, no Youtube.

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