Se por um lado, ter a casa organizada facilita e traz bem estar para os moradores, uma casa bagunçada, pode provocar estresse e desconforto.
Contudo, os extremos também podem representar traços de algum transtorno mental.
Algumas pessoas apresentam uma personalidade organizada e procuram manter objetos e roupas em ordem, muitas vezes recorrendo a cursos de organização ou a um personal organizer. Dessa forma, pretendem encontrar o que precisam mais rapidamente, abrindo tempo e espaço para outras atividades e obterem uma sensação de controle sobre seu entorno.
Mas existem os extremos da falta ou excesso de arrumação. Dentre as pessoas desorganizadas, há desde aquelas que conseguem se encontrar nas suas bagunças e viver bem assim, até aquelas ficam imobilizadas no meio da bagunça, causando prejuízos pra vida profissional, social e familiar. Geralmente são os procrastinadores, os que sofrem de déficit de atenção, os ansiosos, os acumuladores ou aqueles que apresentam quadros psicóticos com profunda desorganização mental.
Na outra ponta, encontram-se aquelas pessoas que demonstram preocupação exagerada com arrumação e/ou limpeza, ao ponto de sentirem profundo mal estar se algo estiver fora do lugar. São capazes de passar horas do dia arrumando ou limpando um mesmo ambiente, sem que alcance o estado desejado. Frequentemente, são pessoas com traços obsessivos ou com TOC, transtorno obsessivo-compulsivo.
A Dra. Darby Saxbe, Ph.D., professora de psicologia na University of Southern California, nos EUA, que estuda estresse no trabalho, disse em uma entrevista que “Uma pessoa sobrecarregada pode fazer mais bagunça e não ter energia para arrumar as coisas. Se o ambiente estiver realmente bagunçado, você não conseguirá encontrar coisas com tanta eficiência ou controlar os projetos, e isso aumentará mais a sensação de estresse e burnout.”
Portanto, manter o ambiente de moradia e trabalho organizado e limpo, com certeza contribui para aumentar a auto-estima, a sensação de bem estar e a produtividade, e deveria ser um referencial para famílias e gestores, contudo, quando juntamos pessoas em um mesmo ambiente, com suas diferentes características e personalidades, é preciso tentar alcançar o meio termo, de forma que todos possam perceber e usufruir de um espaço de convívio mais saudável.